16/12/11

Feliz Natal

30/09/11

Acordando...

Árvore... fala comigo... sentes-te bem aí?

Pássaro... diz-me... fazes-me um favor?
Flores... ouçam-me... por favor não me levem a mal quando vos tiro perto umas das outras... a minha intenção é boa.

29/07/11

Dois Montes



http://www.conteconnosco.com/trabalho-detalhe.php?id=1144



... pequeno texto que enviei para um concurso, se gostarem divulguem por favor, obrigado!


:)

26/07/11

Férias

... estes são alguns desenhos que fiz... eles aguardam ansiosamente por serem usados como ilustrações dos meus textos... e na verdade, eu também.



... até breve! :)

14/06/11

Um dia



Se um dia
eu perder o medo
de gastar folhas de papel,
escreverei tudo
o que sinto por ti.

Serei tão directo
que te bastará ler
apenas as três primeiras palavras,
para saberes aquilo que representas para mim.

Nesse dia
quando eu te escrever,
irei fazer longas pausas entre cada virgula...
elas irão me lembrar da sorte que tive
em te encontrar.

07/06/11

Apesar


Apesar de tudo
consigo sorrir.

Sorrio porque vejo
aquilo que os meus olhos
não conseguem ver.

Sorrio porque acredito
ser possivel atravessar uma ponte
sem a destruir.

Sorrio porque
apesar de tudo,
consigo sorrir.

25/05/11

Caminhos



Nossos caminhos
voltarão a se cruzar,
nem que para isso
tenha de ser eu
a construir a estrada.

Dançaremos desajeitada mas elegantemente,
contar-te-ei todas as piadas que conheço
e tu irás rir-te de todas elas,
como se fosse a primeira vez
que as ouves,
e nem mencionarás que foste tu
quem mas ensinou.

Desenharei o teu rosto no mar,
ouviremos o pôr do sol,
repousaremos em cima dele,
depois eu fecharei os meus olhos
e rezarei para que tudo não tenha sido
apenas mais um sonho.











(voz de @vilmacorreia)

17/05/11

O meu silêncio

... às vezes,
a única coisa que tenho para te oferecer,
é o meu silêncio.

Pode parecer pouco,
insignificante até...
mas,
o meu silêncio,
é muito importante para mim...


Ele consegue dizer sem palavras,
aquilo que as minhas palavras não dizem.
Acima de tudo,
o meu silêncio faz parte de mim.


Por isso,
quando às vezes,
a única coisa que te consigo oferecer,
é o meu silêncio...
é porque desejo,
que também tu,
faças parte de mim.










(voz de @vilmacorreia)

11/05/11

Tem dias...

Hoje acordei com alguém que olhava para mim.
Não reconheci o seu rosto...

Tem dias em que nós esquecemos da nossa própria cara.

06/05/11

Coração de Tinta

06/04/11

Coisas


(video gravado por mim... inspirado por esta música, escrevi isto)
.

Coisas


Eu lembro-me das coisas mais estranhas...

Lembro-me das coisas que ainda não vivi,

das coisas que nunca tive

e das coisas que já perdi.

29/03/11

Adeus palavras

Não mais escreverei.

As palavras já nada me dizem.

Ou então,

Serei eu que já não as consigo ouvir.

Prevejo um divórcio amigável.

Cada um partirá,

Com o que de melhor tem.

As palavras com as suas certezas,

Eu com os meus sonhos.

Adeus, palavras.

11/03/11

Reflexos Invisíveis - o meu livro


Esta é a capa que eu imaginei para o meu livro, se algum dia ele vai ser mais que imaginado, eu não sei... mas estou a fazer por isso. Se alguém conhecer contactos de editoras, eu terei muito prazer em enviar o livro para análise... obrigado!

10/02/11

Minhas Lágrimas

.
Se as minhas lágrimas falassem,
Contar-te-iam sobre as vezes que elas,
Já me viram morrer.
.
As minhas lágrimas,
Também te iriam contar sobre as alturas,
Em que eu quase morri de felicidade.
.
Mas...
As minhas lágrimas,
Não gostam muito de falar.
Conheço-as muito bem.
.
Da próxima vez,
Que eu sentir que elas se estão a aproximar de mim,
Escreverei sobre elas...
.
(estas são de felicidade)

11/01/11

Obrigado

Obrigado,
Por me ensinares a caminhar,
De mãos dadas.
Por pintares novas cores,
Nos meus olhos.
.
Obrigado,
Por sincronizares a tua respiração,
Pela minha.
Por viajares comigo,
No meu sofá.
.
Obrigado,
Por aceitares a minha cama,
Como tua.
E...
Obrigado,
Por saberes quem eu sou,
Mesmo quando eu pareço ter dúvidas.

28/12/10

Sirene

.
Como uma sirene,
Ele foi chegando...
Avisando que estava próximo,
Que estava a chegar.
.
Como uma sirene,
Eu ouvi-o aproximar...
Cada vez mais alto,
Cada vez mais presente.
.
Como uma sirene,
Ele fez o meu coração tremer...
"Cá estou eu!",
Gritou ele.
.
Como uma sirene,
O amor chegou.
.







(sugestão musical - David Fonseca - "Song To The Siren", "Who Are U?")

14/12/10

A Mais Pequena História de Natal do Mundo


Era uma vez um velho pedaço de papel reciclado, o seu sonho… sim, os papéis também têm sonhos, mesmo os reciclados, o sonho dele era ser útil.
Ele percorreu milhares de quilómetros, literalmente ao sabor do vento, durante essa longa viagem, o pedaço de papel reciclado, viu e ouviu muita coisa, mas de que vale ser um papel se não se pode escrever nele aquilo que se vive ou viveu?
Certo dia o já amarelecido pedaço de papel reciclado ficou preso numa árvore, “é o fim!”, pensou ele, de facto, que utilidade poderia ter um velho pedaço de papel reciclado no topo de uma árvore?
Pois bem, foi precisamente esse pedaço de papel que chamou a atenção de uma criança para aquela árvore.
E lá está ele, o velho pedaço de papel reciclado foi moldado numa estrela e enfeita agora o topo da árvore de Natal da família daquela criança.
Velho… reciclado?! Sim, mas orgulhosamente útil e feliz.
.
Feliz Natal!










(voz de @vilmacorreia)

02/12/10

Mudança

.
Escondeu-se das explicações,
Domesticou cada lágrima,
Só o silêncio ouvia o seu sorriso,
Fez do nada uma nova arte.
.
O inexplicável encontrou novas explicações,
As lágrimas ganharam novas cores,
O eco do sorriso envergonhou o silêncio,
Tudo é arte.
.
Permitiu-se mudar.
.






(voz de @vilmacorreia)

26/11/10

Rede

.
Ela nunca o conheceu,
Então...
.
Porque o coração dela acelerava,
Sempre que ele,
Calmamente, lhe escrevia um "olá!"?
.
Que estranho encantamento,
Teria ele, sobre ela?
.
Seria o total desprendimento dele,
Que a prendia?
.
Seria a complexa simplicidade dele,
Que simplesmente a desarmava?
.
Seria o ingénuo humor dele,
O responsável pelo genial sorriso,
Nos olhos dela?
.
Ela nunca o conheceu,
Apesar disso,
Conheceu-o muito bem.
.
Ele gostou que ela,
Mesmo não o conhecendo,
O tivesse conhecido tão bem.







(voz de @vilmacorreia)

16/11/10

Coração

Deitei-me no ar e escrevi...
Escrevi Poemas!
Sim,
Eu fiz Poesia!
.
Surpreendentemente,
Eu não tinha nada nas mãos,
Com que escrever.
.
Mas...
Tu não precisas de ler,
O que eu sinto...
Estou deitado,
No teu Coração.

09/11/10

O Vento


Margarida pegou delicadamente no frasco do seu perfume predilecto e deixou cair duas gotas desse perfume, em cima de uma folha de papel, onde ela acabara de escrever um poema de amor, que seria entregue... ao destino.

A extrema timidez e insegurança, fizeram de Margarida uma mulher sentimentalmente só.
“Resta-me sonhar” – costumava dizer ela às amigas, já quase todas casadas e com filhos.
Seguindo um ritual que criara há algumas semanas, Margarida atirou a folha perfumada pela janela do seu quarto, ficando depois a olhar para ela, até a perder de vista.
Secretamente, Margarida tem esperança que o vento se encarregue de levar aquelas palavras de amor, até às mãos do seu príncipe encantado.

Não muito distante dali, Miguel olhou uma última vez, para a fria carta de despedimento, depois dirigiu a sombria tristeza para a forte corrente do rio, que passava por baixo daquela velha ponte.
Precisamente no momento em que Miguel ia desistir de tudo, um capricho do vento, ou talvez do destino, fez com que a folha escrita por Margarida, fosse aterrar junto dos pés de Miguel.
O doce aroma emanado por aquele pequeno papel, fez com que Miguel pegasse nele.

As palavras repletas de encantamento, derramadas por Margarida naquele pedaço de esperança, tocaram profundamente o coração de Miguel.
Pouco tempo depois, o jovem homem virou costas ao terrível propósito que o tinha arrastado até àquele inóspito local e agarrando-se à folha, como se de uma bóia de salvamento se tratasse, jurou que iria tentar encontrar o autor daqueles versos, pois foram eles que lhe salvaram a vida.

Miguel apostou na sorte... talvez se caminhasse contra a direcção do vento encontrasse alguma espécie de pista, pensou ele.
Irónico, o mesmo vento que lhe trouxe esperança, transformou-se naquele momento, num obstáculo.
A busca de Miguel resultou infrutífera. Contudo, ele não estava disposto a ceder facilmente.
Nos dias que se seguiram ele retornou à velha ponte, esperando que o vento voltasse a trazer nas suas marés, novos pedaços de ilusão.

Numa dessas ocasiões, Miguel avistou uma criança a brincar com um barco de papel, junto à margem do rio.
Os pais da criança, sentados na relva, conversavam distraidamente quando o barco do filho se afastou. O miúdo correu para tentar agarrá-lo, desequilibrou-se e caiu no rio.
Miguel lançou-se imediatamente à água, salvando o rapaz, que entretanto conseguira agarrar o barco de papel.
O pai da criança, muito aflito, agradeceu a Miguel o gesto heróico e deu-lhe um cartão de apresentação, dizendo depois que caso Miguel precisasse algum dia, de alguma coisa, para o contactar.
Quando Miguel se despediu do miúdo, este sorriu e deu-lhe o barco de papel.
Já sozinho, Miguel olhou com curiosidade para o tosco barco e notou que nele estavam escritas palavras... palavras que lhe pareceram familiares.
Miguel não teve dúvidas, aquele era mais um dos poemas escritos pela pessoa que ele procurava. Seria aquilo um sinal?

Inesperadamente, uma sorrateira rajada de vento roubou-lhe o papel das mãos.
Miguel correu atrás da pequena folha e nessa altura cruzou-se com uma pessoa .... uma mulher!
O perfume dela fez com que Miguel parasse de correr... aquele cheiro também lhe era familiar.
Durante alguns instantes, Miguel ficou na dúvida entre tentar conversar com aquela mulher que caminhava cabisbaixa, ou continuar a seguir o poema.
Miguel optou pela segunda hipótese.

O tempo, curador de males e insensível na mesma dose, foi passando... decorreram duas semanas desde aquele episódio.
Durante esses dias, Miguel não encontrou uma palavra que fosse de Margarida.
Ele achou que estava na hora de seguir em frente com a vida, encheu os pulmões de coragem e marcou uma reunião com o Dr. Aguiar, o pai do miúdo que ele tinha salvo de se afogar... um novo emprego, era agora o objectivo de Miguel.

Na reunião, Dr. Aguiar disse que Miguel estava com sorte pois tinha surgido recentemente uma inesperada vaga na empresa.
Miguel ficou encantado com a notícia.
Amavelmente, Dr. Aguiar levou Miguel a conhecer o gabinete que ficara disponível.
Assim que lá entrou, Miguel sentiu no ar uma fragrância conhecida... era a mesma emanada pelas folhas escritas por Margarida ... intrigado, Miguel perguntou o que tinha acontecido à pessoa que deixara de trabalhar ali.
Dr. Aguiar “fechou a cara”, com uma voz pesarosa, contou que essa pessoa tinha tido um final trágico... suicidara-se, atirando-se de uma ponte... precisamente no dia, e no local, onde o Dr. Aguiar e Miguel se tinham conhecido.

Uma lança afiada, pareceu trespassar o coração de Miguel naquele momento! Ele ficou pálido e teve de se sentar.
A sua memória foi iluminada por relâmpagos de imagens... imagens difusas da mulher que ele tinha visto a dirigir-se para a ponte naquele dia.
Alarmado com o estado de Miguel, o Dr. Aguiar apressou-se a ir buscar um copo com água.
Miguel não esperou ... movido por uma inesperada e incontrolável força levantou-se, saiu daquele lugar a correr e só parou em cima da velha ponte.
A vida tem coisas curiosas, o mesmo local pode significar o começo ou o fim, a esperança ou a desistência.
Miguel ergueu o olhar para o céu, talvez tentando encontrar alguém a quem deitar as culpas.
Sorriu ironicamente, pegando depois na folha de papel, com o último poema de Margarida que havia encontrado.

Num movimento de raiva, ele tentou atirar a folha ao rio, mas o vento não o permitiu, uma estranha corrente de ar elevou a folha e fez com ela fosse “bailando” suavemente até perto de uma mulher... a mulher tinha estado a observar Miguel.
Ele olhou para ela e viu-a a pegar na folha. Ela leu o poema.
Surpreendido, Miguel viu depois essa mulher a aproximar-se dele com a folha na mão.
Em cima da ponte e parecendo que o vento os estava a unir, a mulher timidamente apresentou-se.
O nome dela era Margarida ... a autora daquele poema.






(voz de @vilmacorreia)

19/10/10

Moreninha


Encontrei-a ali...
Sempre que quer escrever, ela pega num caderno cheio de folhas de esperança, e parecendo caminhar sob as nuvens, atravessa o Bosque dos Suspiros, até chegar às margens do Riacho Doce.
Ela já fez esse percurso tantas vezes, que agora conhece cada árvore do Bosque pelo nome... isto é, o nome que ela achou, que cada árvore deveria ter.
Ela passa pelo Fábio, a Maria, o Daniel, a Julieta... a Julieta é uma árvore Mogno tão alta, mas tão alta, que quase é impossível alcançar o seu topo com os nossos olhos... mas a árvore preferida dela, é sem dúvida, o Camilo.
O Camilo é um velho Plátano que repousa nas margens do Riacho Doce... Camilo não é a árvore mais bonita do Bosque dos Suspiros, nem a mais robusta, mas é com certeza, a mais aconchegante.
Ela adora sentar-se na margem do riacho, mergulhar os pés e apoiar as suas costas no velho Camilo, enquanto escreve... foi assim que eu a encontrei, na primeira vez que a vi.
Aquilo que ela escreve é tão bonito e delicado, que quem tem a sorte de a ler, vive um pouco mais feliz.
Mas ela é modesta, e com sentido de humor, por isso ela atribui os méritos dos seus escritos aos pequenos seres vivos que habitam no Riacho Doce... sim, ela diz que são os peixes, que lhe ditam o que ela deve escrever; “Eles tocam nos meus pés em código morse, depois é fácil... quando os peixes não aparecem, é a Brisa que me sopra aos ouvidos, aquilo que devo escrever.” - costuma dizer ela, sorrindo.
Hoje, finalmente, ganhei coragem e perguntei-lhe onde vai ela buscar a inspiração, quando nem os peixes, nem a Brisa aparecem; “Fácil...” - respondeu-me ela; “Penso em ti.”.





(voz de @vilmacorreia)
(Dedicado a Rita Shultz)

13/10/10

Vida

Se um dia,
Eu deixar de fazer parte da tua vida,
Então...
Que eu seja a tua melhor recordação.
.
Recordarás a noite,
Em que as nossas mãos fizeram amor...
O sabor dos meus lábios...
A sinceridade das minhas palavras...
Recordarás a nossa alegria,
Que ainda agora,
Faz eco nas montanhas.
.
Se um dia,
Deixares de fazer parte da minha vida,
Quero que saibas...
Tu, já és,
A minha melhor recordação.
.





(voz de @vilmacorreia)

27/09/10

Apenas...

Eu não sou o teu Cavaleiro Andante.
.
Não sou o teu Romeu,
Anjo da Guarda,
Alma gémea,
Não sou o teu poeta.
.
Eu sou apenas um homem.
.
Um homem que desenha palavras,
Em pedaços de papel.
Um homem que aprendeu a sorrir,
Quando vê e ouve o sorriso da vida.
Um homem que perdeu o medo,
E não o quer de volta.
.
Como vês...
Sou apenas um homem,
O teu,
Se eu tiver essa sorte.
.

20/09/10

Des(amor)

Gritei...
Gritei adeus,
Esperando que o eco,
Devolvesse um olá teu...
Aceitá-lo-ia... mesmo sussurado.

Bebi...
Bebi para esquecer o teu rosto...
Agora,
Vejo-te na cara de toda a gente.

Por favor...
Se nos voltarmos a cruzar,
Age como se não me tivesses conhecido,
Pois foi isso que aconteceu.

13/09/10

Mais uma noite



Porque não te deitas todas as noites,
Na minha cama?
Porque tenho de te procurar,
Atrás das notas musicais?

Diz-me...
A quem ofereces o teu sorriso,
Quando não estás comigo?

Deita-te na minha cama esta noite...
As notas musicais permitem.
Os meus dedos já te sentem,
E não param de sorrir.

Bem-vinda a casa,
Querida Inspiração.

(fica mais uma noite)

06/09/10

Gota d'Amor

.
Desperdiçaste uma gota d'amor,
Com alguém que não a soube receber,
Pior...
Com alguém que não a soube ver.
.
Amordaçaste o suspiro,
Inspiraste coragem,
E...
Suspiraste corajosamente.
.
O teu bravo suspiro,
Entrou numa gota d'amor,
Que eu julgava ter perdido.
.
Aprendi assim que,
Um suspiro,
Dentro de uma gota d'amor,
Transforma-se em...
Paixão.
.
(e tu, quando irás aprender?)
.





(voz de @ritaschultz )

01/09/10

O Homem Que Caminhava Sempre Em Linha Recta


Certo dia, o homem que caminhava sempre em linha recta, foi acusado de ter feito uma curva.

- Impossível! Eu nunca me desvio do meu caminho. - protestou o homem, perante o acusador, que por sinal era uma mulher.
- Para que saiba... cara senhora... eu fui muito bem educado pelos meus pais e durante estes meus... bom, a minha idade certamente não lhes interessa, mas interessa-me dizer-lhe que durante todos estes anos, eu sempre caminhei de cabeça erguida e em linha recta. - concluíu o homem.
- Não o quis ofender... caro senhor... talvez até tenha sido apenas impressão minha, mas pareceu-me vê-lo a fazer uma ligeira curva para a direita. - disse a mulher.

Durante algum tempo, eles debateram a questão, parecendo não conseguirem atingir um consenso, por fim, a mulher disse:

- Sabe, talvez eu me tenha enganado... é possivel.
- Pois enganou-se mesmo, eu nunca me desvio! - disse o homem prontamente, enquanto recomeçava a caminhar.

O homem que caminhava sempre em linha recta, falava virado para a mulher, não vendo sequer por onde caminhava.

- Mas... - alertou a mulher.
- Nem mas, nem meio mas... eu nunca me desvio.

Mal terminou de proferir tais palavras, o homem caiu num buraco.

- Eu tentei avisar. - disse a mulher, abanando a cabeça.

Felizmente, o buraco no chão era pequeno e com a ajuda da mulher, o homem não teve dificuldades em sair.

Desde esse dia, os dois caminham juntos.
É importante caminhar sempre de cabeça erguida, em “linha recta”, mas também é importante ter a flexibilidade necessária para nos desviarmos dos buracos que vão aparecendo ao longo da vida... e se por acaso, houver alguém a ajudar, dando uma mão... então o percurso será bem melhor de fazer.

FIM
(resposta ao desafio "linha recta")

27/08/10

Ela, a Mel


Tu não sabes, mas…
À noite,
Enquanto dormes,
Eu observo-te.

Certa noite…

Certa noite,
Dei contigo a escrever,
Escrevias desalmadamente…
Como se o próprio mundo,
Corresse o risco de explodir,
Caso parasses.

Afinal,
Fizeste uma pausa,
Para afastar as lágrimas dos olhos,
E o mundo nem sequer suspirou.

Nessa mesma noite,
Flutuava uma música,
Era sobre sonhos,
Tu e os sonhos…

Se numa outra noite,
Eu voltar a ter a sorte,
De te encontrar acordada,
Serei eu a sorrir-te.
Exactamente da mesma forma,
Como tu sempre me sorris,
Enquanto durmo.

Minha doce e querida,
Melancolia.

19/08/10

Dia Mundial da Fotografia



Hoje é o Dia Mundial da Fotografia... só muito recentemente descobri o prazer que é fotografar (desde que comprei a máquina fotográfica em Janeiro de 2010), essa descoberta têm se revelado extremamente agradável e surpreendente para mim.
Estas duas fotografias são, provavelmente, as melhores que tirei até hoje.
Existem muitas definições, ou ideias, para resumir o que é fotografar... a minha é que fotografar tem a incrivel capacidade de capturar o que não existe... o tempo.
.

12/08/10

Descobrir


Encontrei-te entre as ondas do mar...
.
Foi ao descobrir-te,
Que me descobri.
.
Entreguei-te a minha verdade,
Embrulhada num presente.
.
O Tempo...
O Tempo fez o laço,
Que uniu a minha,
À tua verdade.

04/08/10

Box

Procurei-te incessantemente,
No lugar,
Onde eu próprio me escondo.
Estas quatro paredes,
São testemunhas silenciosas.
Se elas falassem...
Se elas falassem,
Contar-te-iam tudo aquilo,
Que eu,
Muito simplesmente,
Não sou capaz de contar.
(até agora...)

29/07/10

O Salto

Reza a história que eles esperaram que o mundo adormecesse e que a lua acordasse.
O ponto de encontro foi o "Penhasco Eterno".
Ele subiu para um lado e ela para o outro.
O plano deles era saltarem para os braços um do outro, na esperança que esse mesmo abraço, se tornasse eterno.
À meia-noite em ponto, eles saltaram...
Nunca ninguém soube ao certo se o plano resultou... mas uma noite destas, eu vou descobrir.

21/07/10

Sonhos

Tu não me conheces...
Eu vivo dentro de uma pauta musical,
Escrevo o que a Lua me diz,
Fotografo com os meus olhos,
Desenho o que não consigo fotografar,
E sonho...
Sonho contigo,
Apesar de também eu,
Não te conhecer.

12/07/10

Desta vez...

Talvez eu não consiga ainda, entrar nos teus sonhos.
Talvez seja dificil contar, cada fio do teu cabelo.
Talvez eu não saiba ainda, pronunciar o teu nome com os meus olhos.
Talvez eu não caminhe no teu ritmo, por enquanto.
Talvez a Lua seja demasiado pesada, para eu a levar até à tua janela.
Talvez... talvez.
Mas de uma coisa, estou certo,
Desta vez, eu vou tentar!!

(... irei?)

06/07/10

Ritual


Respirou fundo...
.
Arrancou o coração,
Deu-o ao mundo...
A dôr, conteve-a,
No mais silêncioso dos gritos.
.
Arrastou-se delicadamente pelo chão.
Olhou para dentro,
Dos seus próprios olhos...
Sorriu,
O sorriso dos tristes.
.
Escutou, no silêncio,
A voz dos Anjos.
Sentiu a pele envelhecer.
.
Voltou a respirar fundo...
.
Por fim,
Ela adormeceu...
Agarrada ao sonho.

29/06/10

A Dança


... e dançamos.
Dançamos entre as palavras não ditas,
Minhas mãos,
Apaixonaram-se pelas tuas.
Bocas coladas,
Olhos sorriam em vez delas.
Dois corpos,
Hermeticamente fechados num só.
... e dançamos.
Dançamos até a noite se ir embora.
E eu que nem sequer sabia,
Que sabia dançar.
 





( voz de @Rmmbarros )

28/06/10

Ilustração


O meu amigo @RodBispo teve a amabilidade ( e muito talento ) de fazer esta ilustração, tendo como inspiração o conto que escrevi "O Rapaz Que Queria Pintar O Céu" ... eu agradeço-lhe aqui publicamente :)

22/06/10

Rewind


Tu...
.
Tu és agora,
Uma folha arrancada,
Do livro da minha vida.
.
Levaste contigo,
As minhas melhores palavras,
Aquelas que inventei para ti.
.
O mais doloroso,
Não foi ter-te perdido,
Foi nunca ter-te tido.
.
Raios, mulher...
Porque insistes em ser feliz,
sem mim?

14/06/10

Arrependimento


Deixou cair o corpo na cama,
A fraca luz,
Oferecida pelo velho candeeiro,
Sua única companhia.
.
Fechou os olhos…
Pensou no beijo.
.
Humedeceu os lábios,
Mordiscou-os,
Procurou o sabor.
.
Tentou lembrar-se…
Queria lembrar-se…
.
Sentiu então amargura na boca…
Era o sabor das lágrimas.
.
Esse beijo…
Esse beijo nunca foi dado.
.
(resposta ao desafio: "arrependimento")

01/06/10

O Rapaz Que Queria Pintar O Céu


Senhoras e senhores, apresento-vos, Zé do Céu… é ele que ali vai… sim, aquele homem de meia idade, magro, de cabelos despenteados e barba de três dias, reparem no macacão que ele tem vestido… está cheio de tinta, mas sobretudo reparem na forma absolutamente tranquila como ele caminha… assobiando para o ar daquela maneira, dir-se-ia que o Zé do Céu acabou de realizar um sonho… e foi isso mesmo que acabou de acontecer.
Mas para melhor entenderem a razão de tudo isto, é necessário recuar na linha do tempo, acompanhem-me, se quiserem, nessa pequena viagem.

José Mário Gonçalves, ou simplesmente, o Zé, nasceu no seio de uma família de artistas, o pai era pintor e a mãe tocava piano.
Sem irmãos, o pequeno Zé, teve de inventar sozinho as suas próprias brincadeiras, uma delas, certamente influenciado pelo pai, era misturar cores.
Nenhuma parede da casa onde o Zé nasceu, tinha apenas uma cor, os grandes espaços pintados com uma só cor, desagradavam-lhe imensamente… e que maior espaço existe, que o céu?
“Não quero o céu azul!” – protestava frequentemente, o pequeno Zé… graças a essas reclamações, um dia ele ganhou a bem merecida alcunha de Zé do Céu.
Enquanto crescia, o miúdo idealizou centenas de “planos infalíveis” para mudar a cor do céu, um desses planos, consistiu em encher um balde com tintas de diversas cores e… atirar a tinta para o ar… suponho que o Zé tivesse a secreta esperança que a tinta ficasse agarrada ao céu… no final do dia , esse “plano infalível” revelou-se uma grande desilusão para o rapaz.
Apesar de todas as “derrotas”, o jovem Zé manteve-se fiel ao seu sonho, ele nunca deixou de acreditar que era possível pintar o céu.
Porém, a linha do tempo, indiferente aos sonhos de cada um, foi avançando, Zé do Céu cresceu, tornou-se escultor, casou e teve um filho, o Pedro.

Quando o Pedro fez 10 anos, Zé do Céu prometeu ao filho que o levaria, no dia seguinte, a um lugar mágico.
Pois bem, esse dia chegou hoje… foi há poucos momentos que o Zé trouxe o Pedro, até este grande e verdejante vale, para lhe mostrar finalmente, a famosa “escultura secreta”, aquela que tanto tempo da vida do Zé do Céu ocupou.
Pedro teve dificuldade em acreditar nos seus olhos… diante dele estava um arco de ferro, mas este não era um arco banal, o arco era tão imenso, que visto desde o chão dava a sensação de tocar no céu.
“É hoje, filho… é hoje que vou pintar o céu!” – disse o Zé sorrindo, enquanto punha as mãos nos ombros do Pedro.
Depois de dar mais um beijo no filho, Zé do Céu pegou em algumas latas com tinta e iniciou a subida do arco.
A conquista do arco foi longa e difícil, a meio do percurso, Zé do Céu sentiu-se cansado, teve de parar… nesse momento, vieram-lhe à memória as muitas dificuldades que teve de superar para construir o arco, lembrou-se do esforço e da dedicação que teve de ter, mas sobretudo, lembrou-se que nunca desistiu… e não seria agora que iria desistir… Zé do Céu olhou para o filho, encheu os pulmões de coragem e com uma energia redobrada, retomou a escalada do arco.

Já no ponto mais alto do arco, Zé do Céu convenceu-se que bastaria esticar o braço para tocar no céu… quando ele tentou esse arriscado movimento, desequilibrou-se… com receio de cair, Zé do Céu agarrou-se rapidamente ao arco, fazendo com isso, com que as tintas escorressem pelo arco abaixo.
O Pedro sentiu a tristeza do pai e temeu pela sua segurança, mas assim que teve a certeza que tudo estava bem, o miúdo esboçou um caloroso sorriso.
Zé do Céu não tinha mais nada a fazer lá em cima, desiludido, desceu lentamente o arco.
Assim que ele tocou terra firme, o filho correu para os seus braços... antes que Zé do Céu dissesse qualquer palavra, Pedro sorrindo, apontou para o arco.
Zé do Céu compreendeu então o entusiasmo do Pedro, e com as palavras carregadas de ternura, disse-lhe: “Filho... os sonhos nem sempre se concretizam como nós os imaginamos... sabes, às vezes, com um pouco de sorte... eles saem até bem melhores. Anda, vamos chamar a tua mãe, tenho a certeza que ela vai gostar de ver o arco.”.
Mais tarde, Zé do Céu homenageou a esposa, atribuindo o nome dela, ao arco... e foi rigorosamente assim que nasceu, o agora famoso, Arco-Irís.
A propósito, vou contar-vos um segredo... diz-se que no fim do arco-irís há um pote de ouro, isso não é verdade, o que tem lá, são as latas de tinta que o Zé do Céu deixou cair... sei disso, porque tenho uma dessas latas em minha casa.

(Dedicado a todas as pessoas que nunca deixaram de acreditar nos seus sonhos)

(resposta ao desafio “não quero o céu azul”)

17/05/10

Sorriso


Se me desses,
Metade desse teu sorriso...
Eu sorriria,
A outra metade...
E então,
Esse passaria a ser,
O nosso sorriso.

10/05/10

Um Sonho


Foste o meu melhor sonho.
Por ti,
Lutei contra o meu próprio exército...
E venci.
.
Revelei-te o segredo,
Do meu melhor truque.
Dei-te,
O que não sabia ter.
.
Foste o meu melhor sonho,
Admito.
Mas ainda assim...
Apenas um sonho.

03/05/10

Aprendiz

Escuta...
.
Sem mentir,
Escondi a verdade.
Perdi alguém... sim.
Eu próprio...
.
Não tremas,
Dá-me a tua mão.
.
Ensina-me a gostar,
A dançar,
Ensina-me a amar.
.
Acredito que sem querer,
Comecei a querer acreditar.
.
(resposta ao desafio "acredito que sem")

26/04/10

Loop


... acordou com o coração cheio de esperança.
Tomou banho, vestiu a roupa escolhida na noite anterior.
Antes de sair, olhou-se no espelho, sentia-se confiante.
Saiu a correr, não queria atrasar-se.
Esperou...
Esperou o tempo suficiente até cair na realidade, não havia ninguém com quem se encontrar.
Era tudo ilusão.
Conformadamente triste, foi trabalhar.
À noite, antes de se deitar, escolheu uma roupa...


(Loop, é uma palavra inglesa, que originalmente significa “aro”, “anel” ou “sequência”, e que no contexto da língua portuguesa é usada com este último significado.)