19/11/13

Retrato

 

 
Nunca foi verdadeiramente feliz,
Não escolheu ser assim,
Arrepende-se do tempo perdido,
Das horas escondidas.
 
Mas...
Ainda assim...
 
A sua felicidade é verdadeira,
Honra em quem se tornou,
Aprecia o tempo conquistado,
E as horas em que é como é.


29/10/13

Confissão

 
Não devo chorar,
As lágrimas ferem-me os olhos,
Obrigando-me a ver,
Coisas que não existem.
 
Não quero,
Não devo...
Mas vou chorar.

15/10/13

Afastar

 
 
... ele sentiu-a afastar-se,
a cada pestanejar,
a distância entre eles aumentava.
 
Fechou os olhos,
recordou olhares partilhados,
abriu os olhos.
 
Ela estava imóvel,
era ele que se afastava.
 
... ela sentiu-o afastar-se,
pestanejou,
ele já lá não estava.


12/09/13

Voltar

 
Se vires o meu sorriso,
Indica-lhe o caminho de regresso.
Ele é tímido,
Talvez tente escapar-te...
Mas insiste,
Eu preciso dele,
E ele sem mim fica assustado.
 
Sabes,
Algures no passado,
Eu já o perdi uma vez.
 
Reencontreio-o,
No final de um beijo.
Mas sou distraído,
E agora perdi-o novamente.
 
Ajudas-me a encontrá-lo?
É fácil...
Beija-me.


12/04/13

O Livro Das Páginas Em Branco

    ... assim que o rapaz saiu da biblioteca, depois de ele ter pousado cuidadosamente o novo livro em cima da velha secretária de madeira , gerou-se um enorme alvoroço na biblioteca.
    Vozes, vindas de todas as prateleiras que tapavam as quatro paredes da divisão, ecoaram abruptamente... eram as vozes dos livros, todos eles tentavam adivinhar o que estaria escrito nas páginas do novo livro.
    Visivelmente assustado com tudo aquilo, o novo livro manteve-se em silêncio.
    Subitamente, uma voz forte e autoritária sobrepôs-se a todas as outras, era o voz do velho Atlas, o livro mais sábio e antigo de toda a biblioteca.
    “Silêncio! Não estão a ver que o pequeno livro está assustado?" - repreendeu o Atlas, depois ele continuou: “Olá, jovem livro... não tenhas medo, como te chamas?"
    O livro não respondeu.
    “Bom, diz-nos... qual é o tema das tuas páginas, elas falam do quê? São sobre grandes feitos da Humanidade?" - questionou o velho Atlas, rapidamente interrompido por um livro de aventuras policiais: “Aposto que nas páginas dele devem estar mil aventuras... perseguições, mistério, perigos...”.
    Nesse momento, todos os outros livros começaram a sugerir possiveis temas para as páginas do novo livro... até que finalmente, o livro falou:
    “Estão em branco...” - disse ele, com uma timida voz.
    Fez-se total silêncio, depois o Atlas perguntou: “O que foi que tu disseste?”
    O pequeno livro respondeu: “Em branco, as minhas páginas estão em branco... eu... o meu nome é Diário... ao contrário de todos vocês, ainda não tenho nada para contar... suponho que não devo ser muito importante.”

    O rapaz do início da história, era eu.
    Anos mais tarde, o pequeno Diário ficou com as páginas todas escritas... de certo que ele não se transformou no livro mais importante do mundo... mas ele é, sem dúvida, o livro mais importante do meu mundo.

    (Dedicado a todos os diários)

06/02/13

Passeio

 
Gosto de tentar transformar os meus sonhos em palavras escritas.
Nos meus sonhos eu sou até capaz de voar...
Poiso no topo das árvores mais altas e fico ali, contemplando.
O tempo passa rápido quando eu sonho.
 
Ultimamente não tenho escrito muito sobre os meus sonhos.
Aqui, na realidade, sou incapaz de voar... isso não me incomoda.
Os passeios que tu e eu damos,
Valem por mil viagens ao topo das árvores mais altas.
 
A única semelhança entre os meus sonhos,
E as vezes que passeamos de mãos dadas,
É que o tempo passa rápido...
Demasiado rápido.

22/01/13

Reflexos Invisíveis

 
Clica na imagem para veres uma compilação dos meus posts
transformados em livro virtual.