21/05/07

Era uma vez um pássaro

Era uma vez um pássaro, o seu nome era Baltazar.
O dito animal vivia feliz, Baltazar era o orgulhoso proprietário de um excelente ninho de três assoalhadas, tinha também um emprego porreiro (das 2 às 3 da tarde), e ganhava muitíssimo bem para um pássaro com as suas limitadas habilitações académicas.
Porém, desgraçadamente, tudo mudou no dia em que Baltazar recebeu, via e-mail, uma ordem de despejo.
O malvado do senhorio não perdoou ao Baltazar os 14 anos de atraso no pagamento da renda.
Para piorar o cenário, o animal voador, foi despedido do emprego, isto porque ele nunca apareceu um só dia no local de trabalho.
“Como a vida é injusta.” – pensou o Baltazar.
Depois de vários… minutos a pensar numa forma de dar a volta por cima, Baltazar teve um ideia: fundar um Partido.
Segundo o bicho, a única forma de continuar a viver bem sem fazer nenhum era tornar-se num político.
Assim foi, Baltazar fundou o P.P.S.T. (Partido dos Pássaros Sem Trabalho).
É incrível o que um simples pássaro determinado consegue fazer, em pouco tempo o número de aliados do P.P.S.T. era já de largos milhares de pássaros, todos eles estavam dispostos a lutar, e até a dar a vida, pelos ideais defendidos pelo agora Doutor Baltazar.
E quem sabe… Baltazar poderia até conseguido dominar o Mundo, poderia… isto é, se não tivesse surgido à sua frente um outro ser, milhares de vezes mais inteligente do que ele.
É… o outrora Invencível Baltazar vive agora em minha casa, numa gaiola.

FIM

14/05/07

Era uma vez um pato

Era uma vez um pato, o seu nome era Simplesmente Pato.
Simplesmente, era um pato especial, ele era tão especial que todos os outros patos queriam ser como ele.
Simple – como ele era tratado para facilitar o contacto, era um pato alto, esbelto, quase um top-model, se houvesse um termo de comparação dir-se-ia que Simple era um Deus!
Certa tarde, Simplesmente Pato decidiu ir comer fora, ele saltou o baixo muro que rodeava a fazenda e caminhou pela estrada que o levaria ao povoado vizinho.
Ali chegado, Simple, foi ao galinheiro do Pestana, o Pestana era um galo.
Os dois animais eram velhos conhecidos, tinham feito amizade na tropa.
Simplesmente Pato comeu bastante naquela tarde, porém estava na hora de regressar.
Simple despediu-se de Pestana e pôs-se a caminho de casa.
O pato estava quase a chegar, só lhe faltava saltar o pequeno muro, assim que ele saltou, ouviu-se um disparo vindo de uma espingarda.
Simplesmente tinha sido atingido numa asa, o pobre animal começou a gritar (ou algo parecido com isso), os outros patos da fazenda correram em seu auxílio, quando lá chegaram viram Simple cheio de sangue e a tossir.
Os patos olharam para o local de onde o tiro tinha sido disparado e perceberam tudo.
Quem tinha disparado o tiro tinha sido o Pestana, o galo.
Simplesmente Pato tinha comido mais do que comida naquela tarde, e o corno do galo tinha feito justiça… simplesmente isso.

FIM

04/05/07

Era uma vez uma antena parabólica

Era uma vez uma antena parabólica, ela morava há já alguns anos em cima de um telhado com telhas pretas.
Certo dia, a antena viu chegar uma carrinha desconhecida à casa, automaticamente ela entrou em choque, pois já lhe tinham chegado aos ouvidos, ou melhor, aos cabos, que actualmente existia uma nova forma de ter muitos canais de televisão; TV por cabo era o nome dessa coisa.
Efectivamente, aquela carrinha pertencia à empresa de TV por cabo local, a antena parabólica começou então a tremer… devido a esses tremeliques a emissão de TV da casa começou a ficar desfocada e sem som nenhum, os donos da casa, que até então tinham grande orgulho na antena, começaram a questionarem-se: será que a antena parabólica já estaria demasiado velha e cansada?
Assim que a antena parabólica viu os donos a apontarem para ela, começou a tremer ainda mais, tremeu tanto que os donos não tiveram outra alternativa que não fosse desligá-la.
Durante dias, que pareceram anos à antena, ela ficou desligada, deixou de ser útil, e tudo porque teve medo daquilo que ela imaginava que iria acontecer.
Porém, num dia de sol e céu azul, a antena ouviu alguém a aproximar-se dela. “É o meu fim.”- pensou ela.
Só que… só que isso não aconteceu, o dono subiu ao telhado para prender melhor a antena, para que ela deixasse de tremer.
Momentos depois a antena parabólica foi novamente ligada e tudo voltou a ser como dantes.
Aquela antena parabólica aprendeu uma lição com este episódio: não adianta ter medo daquilo que pode vir a acontecer, afinal, o que tiver de acontecer, acontecerá.


FIM
PS: Semanas depois a antena parabólica foi efectivamente desligada, tendo sido substituída pela TV por cabo.