Horas: 16.00
Clima: quente e seco
Temperatura: 34 graus centigrados
Humidade: estupidamente alta
Altitude: 210 metros acima do nível do mar (+/-)
País: Brasil
Cidade: Rio de Janeiro
Música de fundo: nível demasiado baixo para ser identificada
Decoração do quarto: normal, para um motel de 5ª categoria (uma cama)
Nome dele: Isaías Jaqueson “Tripé” dos Santos
Idade dele: 40
Profissão dele: Filhinho de papai (papai é multi-milionário)
Nome dela: Gracineide Cabocla
Idade dela: Muito mais nova que ele
Profissão dela: Empregada doméstica (dele)
ACÇÃO!
Gracineide está sentada na cama, Isaías se aproxima dela.
“Meu bem, finalmente estamos sozinhos, sonhei muitas noites com este momento.” – foi dizendo Isaías, pegando as mãos de Gracineide.
“Isaías, eu…” – Gracineide se levanta, virando as costas pró Isaías.
“Graci. Que se está passando? Você tem alguma coisa pra falar pra mim?” – Isaías pega nos braços dela. “Pode falar, gatinha.”
Gracineide se vira para ele, ela baixa o rosto e se senta novamente na cama.
Isaías se agacha perante ela e coloca suas mãos nos joelhos de Gracineide.
“Não, por favor… pare…” – diz Gracineide se levantando bruscamente e avançando até à porta do quarto. Isaías a impede de sair.
“Graci… eu não estou entendendo. Você sabe o quanto eu sou vidrado em você… sei bem que você é apenas uma empregada doméstica, mas nosso amor é bem mais forte que um preconceito bobo desses. Relaxe… olhe bem fundo nos meus olhos… são os olhos de um cara apaixonado que você está enxergando.”
“Isaías…”
Ele coloca suas mãos no rosto dela.
“Graci, você está assim porque deve de ter ouvido um montão de bobagem a meu respeito, né? Pode abrir o jogo… sei bem o quanto as pessoas são invejosas.”
“Não… não é isso.” – diz Gracineide, desviando o olhar.
“Se você ainda tem dúvidas em relação ao meu amor pode ficar descansada, eu sou super-amarrado em você.”
“Você não está entendendo… nós não podemos ficar juntos.”
CAPITULO II
Gracineide tenta abrir a porta, Isaías a impede.
“Não, Graci. Você só vai sair daqui, depois que me der uma explicação.”
“Tá legal…” – Gracineide solta um suspiro. “Você ia acabar ficando sabendo mesmo.”
“Fala logo, não esconde mais o jogo.”
Gracineide abre sua bolsa e pega um papel.
“Isaías, nós não podemos ficar juntos porque, nós, os dois… somos irmãos.”
“Como é que é?! … qué que você me está dizendo?”
“Tente se manter calmo, também levei um choque assim que soube…”
“Você só pode estar brincando… não… isso não é possível.”
Isaías coloca suas mãos na cabeça, andando de um lado pró outro.
“Não tem um jeito fácil de dizer isto, mas seu pai, o Doutor Criomar… é meu pai também.”
Isaías se coloca em frente de Gracineide.
“Como é que você soube, quem lhe contou, quem mais sabe disso?” – perguntou sem parar Isaías.
“Minha mãe… foi minha mãe que me contou tudo… a semana passada, pouco antes de morrer…” “A governanta Jacinta?!"
“Sim, mamãe teve um relacionamento com seu pai, há muitos anos atrás… e eu sou o resultado desse relacionamento mantido em segredo até agora…”
“Mantido em segredo?! Quer dizer que minha mãe não soube de nada?”
“Não, Isaías… sua mãe morreu sem saber de nada… foi melhor assim pra todo o mundo.”
Isaías se senta na cama, parecendo mais calmo.
“Quem mais sabe disso, e como você pode ter a certeza que Jacinta falou a verdade pra você?”
Gracineide se aproxima dele.
“Ninguém mais sabe disso… e eu tenho a certeza porque… olha aí…” – Gracineide entrega um papel pró Isaías. “Tá aí a prova, esse é o resultado de paternidade, fui buscá-lo hoje de manhã cedo.” – Isaías lê o papel. “Foi fácil de arranjar um cabelo de seu pai… do nosso pai, pró teste.”
CAPITULO III
Depois de ler o teste de paternidade, Isaías só consegue pensar numa coisa: a herança que seu pai, o Dr. Criomar, lhe vai deixar em testamento, agora ela vai ter de ser dividida com outra pessoa, e logo com uma empregadinha bastarda.
“Você está se sentindo bem?” – pergunta Gracineide, vendo que Isaías não fala nada.
Isaías se levanta, caminhando até à janela do quarto, com o teste na mão.
“Você pensa que vai conseguir o que quer, né?”
“Como assim, Isaías? De que é que você está falando?”
“Ora, Graci, não seja tão cínica, você só está a fim de pegar a grana do coroa.”
“Mas…”
“Pois seu golpe deu errado, olha aqui o que eu vou fazer com essa porra.” – Isaías rasga furiosamente o teste de paternidade, jogando-o pela janela.
“Você está louco, eu não quero nada… só quero que o Dr. Criomar reconheça que eu sou filha dele.” – Gracineide pega a bolsa e tenta abrir a porta, Isaías a impede.
“Onde é que tu pensa que vai?! Você não vai a lugar nenhum… ainda temos um negócio pra resolver.” – diz Isaías, agarrando Gracineide.
“Me larga, você está louco… me larga, você está me magoando.”
Naquele instante entram no quarto dois caras, vestidos com o uniforme da selecção de futebol do Brasil, um cara tem colocada a máscara do Ronaldinho Gaúcho e o outro a máscara do Roberto Carlos.
CAPITULO IV
Quando os dois caras entram no quarto, eles derrubam Gracineide com a porta, ela cai no chão, ficando inconsciente.
Os dois caras se apercebem da situação.
“Pô, cara… foi mau… falha nossa. Aí, pega tua mina e a joga em cima da cama, morou?” – diz Ronaldinho pró surpreso Isaías.
“Mas que porra é essa?! Caiam fora daqui, seus moleques.” – diz Isaías, irritado.
“Tu não ouviu o meu camarada, otário?!” – diz Roberto Carlos, sacando de uma arma, escondida no uniforme, e a apontando pró Isaías. “Pega tua mina e a joga em cima da cama… tá ligado?”
Isaías se assusta e não tem outra alternativa que não seja obedecer.
Ronaldinho fica espiando o corredor pela porta entreaberta.
“É isso aí, titio… agora te encosta nessa parede… se tu é um cara inteligente não vai tentar nada, sacou?” – diz Roberto Carlos, apontando a arma pró Isaías.
“Aí, titio… a gente não se conhece não? Tua cara não me é estranha…” – continua dizendo Roberto Carlos.
“Aí, fica ligado…” – diz Ronaldinho pró Roberto Carlos. “Ele tá vindo lá.”
Segundos depois entra um terceiro cara vestido com o uniforme da selecção de futebol do Brasil, este tem a máscara do Adriano, assim que ele entra, Ronaldinho fecha a porta.
Os três caras se cumprimentam alegremente.
“Aí, tudo certo?” – diz Ronaldinho pró Adriano.
“Tudo jóia… saca só.” – diz Adriano levantando a camisa, ele tem um montão de notas presas nos shorts.
“Show de bola! Olha eu aqui.” – diz Ronaldinho, levantando a camisa, ele também tá carregado de notas nos shorts.
“Aí, irmãozinho… qué que tu tem pra mostrar pra gente?” – pergunta Adriano pró Roberto Carlos.
“Anda logo, cara.” – diz Ronaldinho.
“Pô, foi mau… só peguei isso daqui.” – diz Roberto Carlos levantando a camisa, ele só tem meia dúzia de notas nos shorts.
Adriano e Ronaldinho se riem de Roberto Carlos.
“Pode ficar tranquilo, brother… a galera vai rachar tudo… viu, mané? – diz Adriano, tirando onda.
CAPITULO V
Adriano, finalmente, se apercebe que naquele quarto de motel, para além de seus camaradas; Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos, tem mais alguém lá.
Ele fixa o olhar no Isaías, que continua com os braços no ar.
“Dr. Isaías?! Qué que o senhor está fazendo aqui?” – pergunta Adriano pró Isaías.
“Ué… tu conhece o cara?” – pergunta Roberto Carlos pró Adriano.
Adriano olha para a cama, ele enxerga o corpo de uma mulher lá deitado.
“Ah… saquei o lance. Aí, Doutor, desculpe o mau jeito. A galera aqui não vai demorar muito, não… é só o tempo das coisas darem uma esfriada lá fora… sabe como é que é. Logo, logo, o senhor vai poder terminar o negócio que veio fazer aqui, viu?”
“Vem cá… eu te conheço?” – pergunta Isaías pró Adriano.
“Pô… claro que conhece, sou eu…”
“Aí, Einstein, tu tá com a máscara colocada.” – sopra Roberto Carlos pró Adriano.
“Einstein é a vovôzinha, sacou? Fica quieto.” – diz Adriano, retirando lentamente a máscara. Ele se vira pró Isaías. “Aí, Doutor… Tá sacando agora a figura do cara?”
Assim que Isaías vê o verdadeiro rosto de Adriano, toma um susto e quase cai.
CAPITULO VI
“Xiiii, olha aí o cara, ficou branco que nem a sua bunda.” – diz Roberto Carlos pró Ronaldinho.
“Que negócio é esse? Tu nunca viu a minha bunda pra saber.” – responde Ronaldinho.
“Pô, foi mau… eu queria dizer a bunda da sua garota.”
“Repete… repete, se tu é home.” – diz Ronaldinho irado, apontando uma pistola pró camarada, Roberto Carlos se ri.
“Aí, molecada… cês vão parar com essa porra? O Doutor aqui tá ficando assustado pra valer.” – diz Adriano.
“É esse mané aí.” – diz Ronaldinho.
“Mané é tu, ó otário.” – responde Roberto Carlos.
“Num ligue não, Doutor, os moleque só tem é garganta… vem cá, o senhor já sacou quem eu sou? O Doutor já me viu, se lembra? Na casa de seu papai, à entrada, falando com uma sua empregada, a…”
“Sim, sim… eu me lembro, eu me lembro.” – responde Isaías se afastando o mais que consegue da cama.
“Aí, o Doutor pode baixar os braços, ninguém aqui lhe vai fazer mal. O senhor tá assim, a meios que surpreendido, porque num esperava me ver aqui, né? Fazendo um negócio sujo como esse daqui.” – diz Adriano mostrando as notas pró Isaías.
“Que negócio sujo, que nada, pô! Nois num acabou de pegar a nota toda de uma lavandaria? Então, negócio mais limpo que esse num tem.” – diz Roberto Carlos, sorrindo.
“Falou, nois limpou a lavandaria.” – diz Ronaldinho, às gargalhadas.
“É Doutor, nem todo o mundo tem a sorte de nascer milionário, que nem o senhor.” – diz Adriano.
“Eu compreendo… mas será que dá pra me liberar?” – pergunta a medo Isaías.
“Sabe, eu só fiz este negócio porque tava sem dinheiro nenhum… sabe como é que é… eu queria comprar um anel de noivado e este foi o único jeito de arranjar a grana.” – diz Adriano.
Entretanto Gracineide se começa a mexer na cama, aos poucos ela recupera seus sentidos.
CAPITULO VII
“Nossa… que aconteceu comigo?” – pergunta Gracineide meio grogue.
Isaías tenta sair do quarto, Ronaldinho o impede.
“Qué que tá acontecendo aqui?” – diz Adriano. “Tou reconhecendo a voz dessa garota.”
“Tou ferrado.” – sopra Isaías.
Gracineide olha pró Adriano. “Você?!” – pergunta ela, confusa.
“Graci? O que você está fazendo aqui?” – pergunta Adriano.
“Txi… aí, o clube tem mais um membro.” – diz Roberto Carlos pró Ronaldinho.
“Cala a boca, pô!” – responde Ronaldinho.
Gracineide se senta na cama, tentando pôr suas ideias em ordem.
“E aí, Graci… tu vai me explicar o que tu tá fazendo num quarto de motel com este cafageste?” – pergunta nervosamente Adriano.
“Pelo amor de Deus, não é nada do que você está pensando.” – apela Isaías.
“Tu tá morto, cara… e morto não fala.” – ameaça Adriano.
“Amor…” – diz Gracineide tentando acalmar Adriano.
“Amor? Tu ainda tem a coragem de me chamar de amor? Nossa… como eu fui otário… me meti numa fria tentando sacar uma grana pra te comprar um anel… um anel de noivado, porra. E tu me faz uma dessas? Não, eu não sou seu amor…” – diz Adriano desesperado.
“Pelo amor de Deus… lhe fale do teste…” – diz Isaías pra Gracineide.
“Já falei que morto num fala, pô! Se tu abre a boca de novo vai tomar chumbo.” – diz furiosamente Adriano, ele dá uma pausa pra pensar e se tentar acalmar. “Que teste é esse, Gracineide?” – pergunta ele, Gracineide limpa suas lágrimas do rosto.
“Você tem de acreditar em mim… o Doutor Isaías e eu não fizemos nada de errado…” – Gracineide se levanta, avançando até ao Adriano. “Eu nunca iria trair você… nunca. E… e…”
“E, o quê? Fala logo.” – diz Roberto Carlos.
Adriano se vira por momentos pró Roberto Carlos, com cara de quem comeu e não gostou.
“Foi mau… eheheh.” – diz Roberto Carlos.
“Amor… eu e o Doutor Isaías nunca que poderíamos ter um relacionamento porque na verdade nós os dois… somos irmãos.” – diz Gracineide tentando abraçar Adriano.
CAPITULO VIII
“Como é que é?!” - diz Adriano, afastando Gracineide.
“Irmãos… irmãos de verdade… eu e o Doutor somos irmãos.” – fala Gracineide, olhando nos olhos do Adriano.
“Cara, você tem de acreditar no que ela está falando… “ – sai implorando Isaías.
“Meu, agora eu já ouvi todas as desculpas pró encornamento… fala sério.” – diz Roberto Carlos pró Ronaldinho.
“Acredite em mim, amor… eu só vim aqui pra contar a verdade pra ele. Também levei um choque quando soube… foi mamãe que me contou… antes de morrer.” – diz Gracineide, com lágrimas nos olhos.
“Você deve de pensar que eu sou bobo pra acreditar numa história, pra lá de inacreditável, como essa daí.” – diz Adriano.
“Lhe fale do teste, Gracineide… lhe fale do teste.” – diz Isaías.
“Mas que porra de teste é esse?!” – pergunta Adriano.
“O teste… o teste de paternidade, que confirma que o pai do Doutor Isaías, é também meu pai.” – diz Gracineide.
“E cadê esse teste?” – pergunta Roberto Carlos.
“Sim, onde está esse tal teste?” – pergunta também Adriano.
Gracineide fica em silêncio, olhando pró Isaías.
“Eu… eu o joguei pela janela.” – confessa Isaías. “ Mas você tem de acreditar…”
“Ora, faça-me um favor… tu vai é morrer.” – diz furiosamente Adriano, apontando uma arma pró Isaías.
“Não… lhe suplico… por favor.” – implora Isaías, se ajoelhando no chão.
“Aí, o negócio não era apagar ninguém.” – diz Ronaldinho pró Adriano.
“É… tu não tá pegando muito pesado, não?” – diz Roberto Carlos.
“Por favor… me poupe… ” – implora novamente Isaías.
Adriano olha pra todo o mundo.
“Olha aqui, se tu não quer morrer, vai ter de dar algo em troca.” – diz ele.
“Eu lhe dou tudo que quiser… “ – diz Isaías.
CAPITULO IX
“O seu cofre.” – fala Adriano.
“Cofre… que cofre?! Não sei do que…” – diz Isaías.
“Gracineide me falou dele.” – diz Adriano, olhando prá Gracineide.
“Por favor, amor…” – diz Gracineide, tentando chegar perto de Adriano.
“Pare! Se sente na cama… faça o que estou mandando.” – ordena Adriano, Gracineide obedece.
Adriano se aproxima um pouco mais de Isaías.
“Por favor…” – implora Isaías.
“É Doutor, o senhor é muito esperto, né? Ninguém sabe do seu cofre… do seu secreto cofre… “ – diz Adriano, brincando com a arma que tem nas mãos.
“Eu não sei do que você está falando, eu juro que não sei…” – fala Isaías desesperado.
“Tá legal, o senhor não se lembra… tá com a memória fraca, eu entendo, mas deixa que eu te ajudo a lembrar; o Doutor tem um cofre secreto, sim… um cofre que tu pensa que mais ninguém sabe da sua existência… sim, pode olhar bem prá Graci, ela sabe onde ele fica… infelizmente ela nunca contou pra mim o lugar exacto desse cofre… pra falar a verdade, Doutor, acho que ela pensa que eu sou um bandido… dá pra acreditar?” – discursa pleno de confiança Adriano.
“Seu cafageste…” – grita Gracineide, tentando agredir Adriano, Roberto Carlos a segura.
“Como é?! Sua memória tá melhorando?” – pergunta Adriano, Isaías baixa sua cabeça. “Outra ajuda, Doutor: seu cofre está cheio de jóias… vejo que já se lembra. Olha aqui, espero que sua memória tenha melhorado porque eu quero o código que abre a porra desse cofre… e o quero agora!” – exige Adriano.
Gracineide se joga em cima da cama chorando.
“Mesmo que eu diga o código vocês vão-me matar de qualquer jeito.” – desabafa Isaías.
“Doutor, eu não tenho nada a perder, tu já me viu o rosto mesmo, agora o caso é o seguinte: se tu não dá o código eu te apago, se tu dá o código tem possibilidades de viver… qual que tu escolhe?” – pergunta Adriano, apontando a arma pró Isaías.
Ronaldinho e Roberto Carlos se aproximam de Adriano, ficando cochichando.
“Tu tem certeza do que está fazendo?” – pergunta Ronaldinho pró Adriano.
“Fiquem frios, o cara vai falar, tenho a certeza… se imaginem a passear em qualquer parte do Mundo, com gatinhas pró todo o lado, vai ser moleza. Aí, assim que ele der o código vocês o levam pró barracão… eu mais tarde apareço lá… com as jóias” – diz Adriano entusiasmado.
“E a garota?” – pergunta Ronaldinho.
“Deixa isso comigo.” – fala Adriano, se virando pró Isaías. “Aí, Doutor, seu tempo terminou… pode falar.” – ordena Adriano.
Isaías suspira.
“Tu não ouviu o meu camarada? Pode falar.” – diz Roberto Carlos.
“…” – Isaías diz qualquer coisa imperceptível.
“Fala direito, pô!” – ordena Adriano.
“2-6-7-9” – diz Isaías irritado.
“Decorou?” – pergunta Ronaldinho pró Adriano.
“Tranquilo, tá registado. Aí, checa a rua, e você dá uma espiada no corredor.” – diz Adriano prós dois camaradas, ele se abaixa pra falar com o Isaías. “Se prepara, tu vai dar um passeio.”
“Tá tudo limpo, podemos ir.” – diz Roberto Carlos. “Doutor, se tu tenta dar uma de herói vai-se dar mal, falou? Fica de boca calada que é melhor pra todo o Mundo.” – avisa ele, agarrando o braço de Isaías.
Ronaldinho e Roberto Carlos se aproximam da porta do quarto, se preparando pra sair, Isaías tá com eles.
“Aí, tu te entende com a madame?” – pergunta Ronaldinho pró Adriano.
“Pode deixar, a cachorra vai dizer onde fica o cofre, fica tranquilo…” – diz Adriano.
“Falou, vamos nessa.” – diz Ronaldinho.
Os três saem do quarto.
“Agora nós os dois.” – diz Adriano prá Gracineide.
Ela se levanta, limpa as lágrimas do rosto, se aproxima de Adriano e lhe dá um valente tapa na cara.
CAPITULO X
“Hei… porque foi isso?” – pergunta Adriano, colocando sua mão na face.
“Cachorra é a sua mamãe.” – diz Gracineide irritada.
“Ué, não era pra ser convincente?”
“Mas precisava exagerar?! E olha aqui, porque você trouxe aqueles caras?”
“Achei que ia ficar mais real assim… não fique magoada comigo… vem cá.” – diz Adriano agarrando Gracineide e lhe dando um beijo na boca.
“Nosso plano correu direitinho, né?” – pergunta Adriano.
“Sim… só não esperava levar com uma porta na cara.” – diz Gracineide sorrindo.
“Agora vamos…”
“Sabe, amor… continuo achando que você não deveria de ter trazido aqueles caras.”
“Não estresse, meu bem… os caras são pra lá de estúpidos… olha aqui, vamos lá na casa do Doutor, abrimos o cofre e damos o fora desta cidade pra sempre, não tem como eles nos achar.”
“Tem certeza?”
“Claro… sabia que você fica ainda mais linda quando está preocupada?” – diz Adriano passando os dedos nos cabelos de Gracineide.
“Eu amo você.”
Adriano e Gracineide se beijam intensamente.
FIM
CAPITULO EXTRA
Nesse instante, subitamente, a porta do quarto é violentamente derrubada, alguns policiais armados entram correndo, eles apontam suas armas pró surpreendido casal.
“Mãos para cima.” – grita um dos policiais.
“Mas…” – Adriano tenta dizer qualquer coisa.
“Seus pilantras.” – diz o mesmo policial, se aproximado do casal, com ar de satisfação. “Vocês pensavam que ser fácil assim?! Fiquem sabendo que a nossa força policial é conhecida no mundo inteiro pela sua competência… não fique tão surpreendido, cara… nós andávamos tentando pegar os delinquentes que roubaram a lavandaria aqui próxima, aí o agente Peixoto…”
“Olha eu aqui.” – diz o agente Peixoto acenando.
“Aí o agente Peixoto viu um papel suspeito sendo jogado fora, precisamente desta janela aqui.” – o agente se aproxima da janela, espreitando para a rua. “Quando ele pegou o papel, conseguiu ler o nome do Doutor Isaías, figura muito conceituada nesta cidade… Peixoto me comunicou o ocorrido e se escondeu num local estrategicamente escolhido…”
“É… na verdade, eu tinha de ir no banheiro mesmo.” – diz o agente Peixoto.
“Foi através do banheiro público, aquele bem ali em baixo, que o agente Peixoto viu os três suspeitos entrando neste motel… depois foi moleza, Peixoto deixou tudo nas minhas mãos… o caso, quero dizer.”
“É… foi aí que o agente Douglas.” – diz o agente Peixoto.
“Sou eu, claro.” – diz o agente policial que tinha estado a falar.
“Foi aí que Douglas decidiu mandar a gente entrar neste motel, quando íamos passando por este quarto ouvimos vozes suspeitas… foi só pegar um gravador, ficar bem coladinho na porta e gravar tudo.” – diz o agente Peixoto, mostrando um pequeno gravador.
O agente Douglas se aproxima do casal e diz o seguinte: “Pode crer, Peixoto… o mal dos brasileiros é que pensam que a vida é de brincadeirinha, que nem uma novela… só que essa daqui já terminou… e terminou mal.”
Sem comentários:
Enviar um comentário