27/06/07

Era uma vez um poema

Era uma vez um poema,
Daqueles que rimam no fim,
E isto sem qualquer esquema,
Pois um poema é mesmo assim.

Ele nasceu em Março,
Era um poema muito dado,
Gostava de um bom abraço,
E de ouvir um bom Fado.

Porém,
Um quadro negro o amor lhe pintou,
E nunca conheceu nenhuma fadista,
Em vez disso uma rapariga ele namorou,
Que em Boxe era especialista.

Coitado,
Apanhou tamanha pancadaria,
Que certa noite deixou até de rimar,
“Que se lixe” – disse ele já na escadaria,
“Eu vou-me é pirar!”.

A história desta Poema foi assim,
De bonito nada tem,
E agora que chegou ao fim,
Resta-me escrever “adeus e passem bem.”

FIM

22/06/07

Era uma vez um estúpido

Era uma vez um estúpido, este, tal como todos os estúpidos do mundo, fazia aquilo que todos eles/elas adoram fazer: coisas estúpidas.
Certa tarde, o estúpido decidiu que já tinha feito todas as coisas estúpidas para aquele dia e decidiu regressar a casa.
Ia o estúpido a cantarolar uma estúpida musica quando, no meio do caminho, surgiu um enorme pedregulho.
Era um pedregulho verdadeiramente grande, deveria ter uns 3 metros de diâmetro e pesaria, talvez, umas 2 toneladas.
O estúpido parou diante daquele “monstro”, depois de olhar a gigantesca pedra, o estúpido tentou empurrá-la com toda a força.
Nada, o pedregulho nem se mexeu.
O estúpido estava com um problema, até ele conseguiu perceber isso.
Como é que ele podia ir para casa se no meio do caminho estava uma coisa a obstruir a passagem?
O estúpido sentou-se para pensar melhor.
Cinco minutos depois ele levantou-se e começou a dar murros na pedra, acho que a ideia dele era desintegrar o objecto.
A experiência para além de infrutífera, revelou-se demasiado dolorosa, por isso o estúpido deixou de usar as mãos e começou a dar pontapés.
O resultado foi mau.
O estúpido voltou a sentar-se para pensar.
Dez minutos depois ele levantou-se, ganhou lanço e tentou saltar por cima do pedregulho de 3 metros de altura… não conseguiu, mas para ter a certeza tentou ainda mais dez vezes.
Cansado, e com enormes dores espalhadas por todo o corpo, o estúpido desistiu, para ele era obvio que a única forma de voltar a casa era escolher outro caminho.
Ele deu apenas alguns passos no sentido contrário quando passou por ele um miúdo de 8 anos, o estúpido ainda avisou o miúdo que era impossível passar por ali, no entanto o miúdo já não o ouviu uma vez que ele tinha contornado a pedra e seguido em frente.

FIM

18/06/07

Era uma vez um sonho

Era uma vez um sonho, não era um sonho particularmente grandioso, nem sequer demasiado ambicioso, era apenas um sonho.
Com o passar do tempo, o sonho tornara-se cada vez mais difícil de concretizar.
Ele foi perdendo as cores, assemelhando-se cada vez mais a um sonho desfeito.
Por vezes, quando o sonho parecia que ia finalmente começar a concretizar-se acontecia sempre qualquer coisa… qualquer coisa era o suficiente para ele se desmoralizar.
O pálido sonho parecia condenado ao esquecimento, no entanto, também bastava qualquer coisa… qualquer coisa era suficiente para o sonho acreditar que ainda era possível, que ainda havia tempo e vontade para tudo acontecer como tinha sido sonhado.
Não era um sonho particularmente grandioso, nem sequer demasiado ambicioso, era apenas um sonho… o meu sonho.

FIM